sábado, 18 de setembro de 2010

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Sociologia no Ensino Médio (III)

Mas é preciso escrever sobre as maravilhas que acontecem numa escola. Logo cheguei comecei a trabalhar com os primeiros anos sobre Cidadania e Meio Ambiente; com os segundos anos, Capitalismo e exclusão social; e, com os terceiros anos, preconceito e discriminação. Quando assumi as turmas o segundo trimestre já estava chegando ao fim. Então, após algumas aulas solicitei que eles elaborassem cartazes e panfletos para conscientizar os outros colegas da necessidade de consumir água de forma consciente; respeitar as diferenças e valorizar o outro pelo que ele é. Os cartazes ficaram maravilhosos, muito criativos. Expusemos nos corredores da escola e depois eles puderam conferir o que os outros colegas fizeram.

Fiquei encantada com a produção dos jovens. Muita criatividade, muitas informações, demonstrando terem entendido os conteúdos trabalhados. Como não tenho autorização, não poderei colocar as fotos que tirei deles com suas produções. Fica pra próxima.
Outro momento marcante foi o dia da Família Presente na Escola, realizado no mês de agosto. Infelizmente poucos pais e mães compareceram, mas foi emocionante ver a participação dos alunos do noturno cantando, declamando poesias ou lendo seus textos. No turno matutino também tivemos o problema com a ausência da família e a atração principal foi um coral.

É isso aí!!!

Saudações sociológicas!



Sociologia no Ensino Médio (II)

Estou trabalhando com jovens (turno matutino) e com jovens e adultos (turno noturno) de uma escola pública estadual do município de Serra/ES. Apesar de ser na mesma escola, às vezes tenho a impressão de que trabalho em duas escolas diferentes. E gosto de trabalhar nos dois turnos. Fui bem recebida pelos colegas de trabalho e pelos alunos.

O grande desafio deste trabalho é a ausência de material didático. Os alunos não recebem livros de Sociologia e preciso copiar o conteúdo no quadro (que pelo menos é branco) para que eles tenham o registro dos conteúdos estudados. Isso sem falar que nós, professores, também não recebemos material de trabalho. Os livros que tenho foram adquiridos por mim, com meus próprios recursos, no entanto, há diretrizes de ensino que nos cobram trabalhar determinados conteúdos, a fim de atingir determinadas habilidades e competências. E além disso, ainda temos que desenvolver projetos que chegam a todo instante da Secretaria Estadual de Educação. E só tenho uma aula por semana em cada uma das turmas. Ah, e a avaliação tem que ser diversificada (pelo menos três formas diferentes), tem que haver recuperação paralela e ainda há a recuperação trimestral. Ufa!!! Cansei só de relatar!!!!

E ainda enfrentamos outros desafios: alunos faltosos, famílias ausentes, professores desmotivados e outros mais que não vem ao caso neste momento.

Apesar do aparente pessimismo de minhas palavras é preciso enfatizar que ainda acredito muito na educação e no papel social da escola. Não como redentora, mas como uma possibilidade de transformação e de inserção social. A decisão de escrever sobre as alegrias e tristezas, encantos e desencantos da Sociologia no Ensino Médio tem o objetivo de manifestar minha indignação diante do descaso com a educação pública e, quem sabe, ver outras pessoas juntando-se a mim nesta luta. Essa é a luta de um coletivo. Precisamos nos fortalecer!

Saudações sociológicas!! 

Sociologia no Ensino Médio (I)

Hoje começo a escrever sobre a experiência de lecionar Sociologia para jovens e adultos do Ensino Médio.


Com a obrigatoriedade do ensino de Filosofia e Sociologia no Ensino Médio, novos postos de trabalho surgiram para os profissionais dessas áreas. No entanto, é preciso ressaltar que as condições de trabalho para estes profissionais não são as melhores, sobretudo no que se refere à carga horária. O professor deve ter uma carga horária em sala de aula de 20 horas, o que equivale a 20 turmas e como não há muitas escolas com essa carga horário num só turno, o profissional tem que trabalhar em vários turnos para completar a tal da carga horário. Isso é prejuízo para o professor e também para a escola, já que esse professor não tem identificação com o turno de trabalho e apenas está na escola para "dar aula". Isso enfraquece o trabalho coletivo e o fortalecimento dessas disciplinas no currículo escolar.

Há quem pense que estudar Sociologia é estudar o cotidiano, o dia a dia... não há o reconhecimento científico dessa disciplina. Há um esvaziamento e isso se reflete na postura dos alunos diante de uma nova proposta de trabalho. O cotidiano precisa ser estudado num diálogo com essas disciplinas, com esses conhecimentos científicos.

Diante disso, penso que nós, profissionais da área, devemos nos unir para rediscutir a forma como essas disciplinas foram incluídas no currículo, discutir a carga horária, a falta de materiais didáticos e também quem são os profissionais habilitados para trabalhar com essas disciplinas.

Saudações sociológicas!!!


quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O Bicho

Vi ontem um bicho

Na imundície do pátio

Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,

Não examinava nem cheirava:

Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,

Não era um gato,

Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.
 
                                                        Manuel Bandeira

Trabalhei esse poema com meus alunos do Ensino Médio. Discutimos temas como desigualdade social e pobreza no Brasil. É importante utilizar recursos como poemas, músicas, filmes e dinâmicas para trabalhar temas complexos com o público juvenil, que exige uma dinamicidade durante as aulas.

domingo, 29 de agosto de 2010

A essência do público na escola pública

Tentando fugir do legalismo, mas não da legalidade, precisamos nos dispor a pensar sobre a essência da escola pública e também sobre os limites democráticos da tão almejada autonomia dos Conselhos de Escola.

Legalmente está garantido o acesso e permanência de toda criança de 6 a 14 anos no Ensino Fundamental, obrigatoriamente. Está também garantida a não violação dos direitos desses sujeitos. No entanto, quando, ao defendermos a autonomia da escola e dos Conselhos de Escola tomamos decisões que excluem um só desses sujeitos, ferimos os princípios éticos, legais e morais da condição do público. Ou seja, a autonomia da escola e de seu conselho não pode permitir que haja processos de exclusão ou de negação de direitos às crianças e adolescentes sob o risco de atuar numa perspectiva anti-democrática.

A lógica capitalista exclue perversamente a parcela da população que não tem condições de consumir. O princípio do capitalismo é a exclusão. Assim, afirmamos que uma escola privada atende a lógica capitalista e inclui apenas os que podem pagar por ela. A escola pública ao adotar esta lógica privatiza-se e perde sua essência que é a inclusão de todos.

Uma escola pública democrática atende aos princípios da participação e da inclusão, portanto, precisa estar atenta a estes princípios e incorporá-los em sua prática cotidiana. Os sujeitos precisam sentir-se pertencentes àquele espaço para que possam, pela via do exemplo, vivenciar a democracia.

Diante disso, convido você, leitor, a refletir sobre sua atuação, como cidadão e/ou como membro da comunidade escolar sobre a essência do público na escola pública. E através dessa reflexão, num exercício coletivo, buscarmos estratégias para atuar numa perspectiva mais democrática e participativa nas escolas públicas.

domingo, 11 de abril de 2010

Músicas que gosto de ouvir (I)


Durante todo o período de realização da minha pesquisa de campo, antes de chegar e após sair da escola, ouvia a música "Não é sério", de Charile Brown Júnior e Negra Li. Acabou se tornando um ritual, uma forma de desabafar, de deixar extravasar a minha angústia diante das formas com que via os(as) jovens serem tratados(as) por alguns adultos. Segue abaixo a letra da música para refletirmos:

Não é Sério

Charlie Brown Jr.
Composição: Chorão / Champignon / Pelado / Negra Li


Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério
O jovem no Brasil nunca é levado a sério
Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério
Não é sério

Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério
O jovem no Brasil nunca é levado a sério
Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério
Não é sério


Eu Sempre quis falar
Nunca tive chance
Tudo que eu queria
Estava fora do meu alcance
Sim, já

Já faz um tempo
Mas eu gosto de lembrar
Cada um, cada um
Cada lugar, um lugar
Eu sei como é difícil
Eu sei como é difícil acreditar
Mas essa porra um dia vai mudar
Se não mudar, pra onde vou...
Não to cansado de tentar de novo
Passa a bola, eu jogo o jogo


Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério
O jovem no Brasil nunca é levado a sério
Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério
Não é sério

A polícia diz que já causei muito distúrbio
O repórter quer saber porque eu me drogo
O que é que eu uso
Eu também senti a dor
E disso tudo eu fiz a rima
Agora tô por conta
Pode crer que eu tô no clima
Também tô no clima
Eu to no clima
Também to no clima
Eu to no clima


Revolução na sua vida você pode você faz
Quem sabe mesmo é quem sabe mais
Revolução na sua mente você pode você faz
Quem sabe mesmo é quem sabe mais
Revolução na sua vida você pode você faz
Quem sabe mesmo é quem sabe mais
Também sou rimador, também sou da banca
Aperta um do forte que fica tudo a pampa


Eu to no clima
Também to no clima
Eu to no clima

Sempre quis falar....
Chegando por aqui Negra Li, família RZO
Adeus maluco só


O que eu consigo ver é só um terço do problema
É o Sistema que tem que mudar
Não se pode parar de lutar
Senão, não muda
A Juventude tem que estar a fim
Tem que se unir
O abuso do trabalho infantil, a ignorância
Faz diminuir a esperança
Na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério, não é sério


Então Deixa ele viver. É o que Liga.

A escola - Paulo Freire


"Escola é...

O lugar onde se faz amigos. Não se trata só de prédios, salas, quadros, programas, horários, conceitos...

Escola é, sobretudo, gente. Gente que trabalha, que estuda, que se alegra, se conhece, se estima.

O diretor é gente, o coordenador é gente, o professor é gente, o aluno é gente, cada funcionário é gente.

E a escola será cada vez melhor na medida em que cada um se comporte como colega, amigo, irmão. Nada de ‘ilha cercada de gente por todos os lados’. Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir que não tem amizade a ninguém. Nada de ser como o tijolo que forma a parede, indiferente, frio, só.

Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar. É também criar laços de amizade, é criar ambiente de camaradagem, é conviver, é se ‘amarrar nela’!

Ora, é lógico... numa escola assim vai ser fácil estudar, trabalhar, crescer, fazer amigos, educar-se, ser feliz."

segunda-feira, 22 de março de 2010

Eu acredito nas crianças!


“Sempre quis falar,
Nunca tive chance,
Tudo o que eu queria estava fora do meu alcance.”
(Charlie Brown Júnior)


No dia 19 de agosto de 2009, foi realizado pela Equipe de Mobilização Estudantil, da Secretaria Municipal de Educação de Vitória, o primeiro encontro de mobilização estudantil com as crianças de 1ª a 4ª séries da Rede Municipal. A realização deste encontro se justificou na necessidade de reconhecer o direitos dessas crianças de participar das discussões que envolvem a qualidade da educação que lhes é oferecida. E assim, no reconhecimento desse direito, permitir que as crianças ganhem visibilidade e possam expressar suas opiniões, desejos e sentimentos e que os adultos passem, de fato, a respeitá-las nas suas individualidades.

A atração principal foi a apresentação teatral, com a Maria Mineirinha. Optamos pelo teatro como estratégia lúdica para envolver as crianças. A personagem Maria Mineirinha conseguiu integrar ludicidade com conteúdo, favorecendo a reflexão a respeito de temas como: amor, respeito às diversidades, família, mobilização, participação, amizade, política, eleição, dentre outros. Ela iniciou a apresentação com a seguinte frase: “EU ACREDITO NAS CRIANÇAS!”. Foi esse o tom de todo o encontro.

Em relação às temáticas, é importante ressaltar a reação das crianças (e dos adultos presentes) quando a Mineirinha tirou de sua mala dois bonecos: um sem uma das pernas e o outro sem um dos braços. Houve muita gargalhada e algumas crianças diziam: Olha, o boneco está aleijado! Neste momento, a Mineirinha intervinha, perguntando o que havia de errado em não ter braço ou perna e se elas não conheciam alguém que também vivia sem um dos braços ou uma das pernas. Ela então falou das pessoas com deficiência auditiva, visual, física, dentre outras. Neste momento ela falou de todas as diferenças que, quando não respeitadas, transformam-se em desigualdades: social, gênero, étnico-racial, dentre outras. Vocês não disseram que criança pode falar sobre respeito? Então, temos que respeitar as diferenças que existem entre as pessoas, disse a Mineirinha.

No início as crianças estavam bem tímidas, embora quisessem participar. A Maria Mineirinha fazia perguntas, eles queriam responder, mas não sabiam o quê responder. Perguntas como: Você gosta da escola? O que você mais gosta na escola? O que você menos gosta na escola? As respostas eram sempre assim: Por que sim, porque gosto, por que é legal. Tudo é bom. Os professores são todos legais. Até que a Maria Mineira resolveu provocar: Que maravilha que está tudo bom nas escolas. Então não precisamos mudar nada lá, né? Nesse momento houve uma reação em coro: Não. Mas não sabiam dizer o que precisa ser mudado. Aqui fica evidente que as crianças não sabem o que falar porque não são habituadas a expressar o que pensam nos ambientes em que vivem, seja na família ou na escola. Paira ainda entre nós a idéia de que a criança não tem o que dizer, ela não sabe o que quer. Uma pedagoga presente chegou a dizer que nunca havia pensado em como é importante estimular as crianças a falar, oportunizar espaços de escuta.

Apenas no final da apresentação, quando a Mineirinha propôs que fosse feito um protesto contra tudo o que não concordamos e queremos mudar é que pudemos ter a dimensão do sentimento dessas crianças. A Mineirinha começou: Eu protesto contra os adultos que não acreditam nas crianças. E, em fila, as crianças foram dizendo:

*Eu protesto contra a violência!
*Eu protesto contra a pedofilia!
*Eu protesto contra a fome!
*Eu protesto contra os professores que não escutam os alunos.
*Eu protesto contra...

A maioria das crianças (e alguns adultos) levantaram-se para protestar contra alguma coisa. A cada novo protesto, muitos aplausos e a certeza de que naquele momento, as forças estavam unidas para alcançar um único objetivo: a construção de um mundo melhor! Um mundo melhor construído por crianças, jovens, adultos e idosos. Um mundo melhor construído por pessoas, sem hierarquia.

E ao som de “Eu quero participar, eu quero mobilizar, a Maria Mineirinha segue seu destino e deixa em cada um de nós a certeza de que as crianças sabem e devem participar. As crianças retornaram às escolas com um sorriso no rosto e um brilho nos olhos.

Acreditamos que a partir desse encontro conseguimos plantar uma sementinha em cada pessoa presente, seja criança ou adulto. Aqueles que não acreditavam no potencial daquelas crianças foram convencidos quando puderam ver as crianças participando, perguntando, se propondo a falar. Demos o primeiro passo e sabemos que o nosso desafio é grande, mas estamos dispostos a continuar esse trabalho, pois temos convicção de que os frutos colhidos serão de extrema relevância na (re)construção de uma escola pública de qualidade.

Quem quiser acompanhar os trabalhos da Equipe de Mobilização Estudantil da Prefeitura Municipal de Vitória basta acessar o blog http://mobilizacaoestudantil.blogspot.com/

sexta-feira, 19 de março de 2010

Juventudes e problemas sociais


Fabíola dos Santos Cerqueira
Rose Mary Fraga Pereira

Tem circulado na internet um e-mail no qual os benefícios sociais oferecidos pelo Governo Federal são colocados como privilégios concedidos aos pobres e as classes médias e elites aparecem como “palhaças” por sustentarem a população “esperta” que vive dos benefícios oferecidos pelo Estado. Este tipo de mensagem nos provoca porque é carregada de preconceito social e transfere para o individuo a responsabilidade pelas suas próprias mazelas. E há muita gente que apóia este tipo de mensagem e nem se dão conta de que a miséria é um problema social. Não se dão conta de que um programa como o Prouni, por exemplo, fez com que jovens das classes populares tivessem acesso a espaços, antes só ocupados pelas elites desse país. Este tipo de programa reascende a esperança e alimenta os sonhos dessa parcela da juventude.

O Brasil foi um dos últimos países a abolir a escravidão, a não fazer a tão esperada reforma agrária e a ter elevados índices de desigualdade social. Um país que viu a questão da escravidão se transformar em questão agrária. E esta hoje se transforma em questão urbana. Um país cujas políticas públicas são ineficientes, o índice de analfabetismo é alto, onde ainda há escolas públicas sem a menor condição estrutural, onde a educação não é prioridade, onde saúde pública é piada.

Diante disso, fomos motivadas a escrever sobre a relação entre juventudes e problemas sociais.

Diariamente, ao abrir os jornais ou ao assistir aos noticiários da TV nos deparamos com notícias de jovens sendo assassinados ou presos, sempre relacionando o fato ao uso de drogas. Estatísticas comprovam que os jovens são os que mais morrem no Brasil. Recentemente, outra situação que chama a atenção é o de familiares que acorrentam seus filhos adolescentes em casa para que os mesmos não possam sair para usar drogas. Temos a impressão de que os meios de comunicação trabalham com estas notícias, atribuindo apenas aos jovens e as suas respectivas famílias a responsabilidade por tais atos. Então, passa-se a idéia de que se esses jovens estão envolvidos na criminalidade é por uma escolha individual, assim como sair dessa situação também seria uma questão individual, de força de vontade e não de responsabilidade social.

Não percebemos uma responsabilização do poder público e uma cobrança da sociedade para que as políticas públicas de juventude abandonem seu caráter compensatório e assistencialista e passem a vigorar sob o paradigma da inclusão social. Diante disso, vêm os questionamentos: Onde estão as políticas públicas de juventude? Como são formuladas? Para quem são formuladas? Quem avalia essas políticas e com qual frequência?

Aliás, uma pergunta central seria: qual concepção de juventudes há por detrás das políticas públicas de juventude no Brasil? Pois, conforme aponta Oscar Leon, por trás de toda política se encontra uma idéia dos sujeitos a quem a política se destina, assim como dos problemas vivenciados por estes sujeitos; e dependerá dessa idéia o tipo de política que terá como resposta.

De acordo com a socióloga Dina Krauskopf, o paradigma que vincula juventude à problema social identifica as “patologias” juvenis aos próprios jovens e, portanto, as ações das políticas embasadas neste paradigma visam atingir aos jovens, ignorando o contexto. A ênfase no controle favorece a estigmatização da juventude, atrelando-a a aspectos negativos. Importante ainda ressaltar que o objetivo é proteger a sociedade dos problemas causados pelos jovens, sobretudo os das classes populares, já que estes estão vinculados à idéia de risco e transgressão. Os jovens ganham visibilidade, então, a partir do medo que sentimos deles. A nosso ver é esse paradigma que vigora, hoje, no Brasil.

Assim, a forma como se concebe as juventudes irá influenciar na forma de tratamento, de diálogo e de interação com este público. Políticas públicas que desejam promover a inclusão social devem ter como foco o jovem como sujeito de direito e respeitar as suas singularidades e o contexto no qual estão inseridos. O primeiro passo, talvez, fosse ouvir esses jovens e construir com eles (e não para eles) tais políticas.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Juventudes (Frases I)

Acredito nos jovens à procura de caminhos novos abrindo espaços largos na vida. Creio na superação das incertezas deste fim de século.   Cora Coralina

Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros. Che Guevara

Ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética. Che Guevara

O alicerce fundamental de nossa obra é a juventude. Che Guevara