quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Saudade...


Difícil imaginar que alguém que está ao nosso lado todos os dias possa “num piscar de olhos”, não estar mais entre nós. Foi assim com a Angélica Lírio Copertino no dia 14 de fevereiro de 2012. 

Para alguns mais uma servidora da Secretaria Municipal de Educação de Vitória. Para muitos, Angélica, a educadora, a amiga, a conciliadora, a irmã... vamos sentir muito a sua falta, Angélica! Nas formações era ela quem dava o “tom”, quem nos fazia refletir sobre as razões do nosso trabalho enquanto educadores: os alunos. E fazia isso com seu jeito Angélica de ser! Que jeito é esse? Com muito humor, com ternura, com simplicidade, com coerência e com muito conhecimento, já que acumulava quase 20 anos de Rede Municipal de Vitória.

Como esquecer de você Angélica? Impossível! Nas formações, nas reuniões de trabalho, no almoço (quando a classe operária vai ao paraíso...rsrsrsrs), nos intervalos para descanso (quando ao perceber que algo não ia bem estendia os braços e dizia: “No final tudo dá certo”). Hoje precisava desse abraço, pois a sua ausência está doendo demais em cada um de nós que admirávamos seu trabalho e que compartilhamos sua amizade.

O tempo vai aplacar a dor que estamos sentindo, é verdade, mas não será suficiente para esquecermos o que você representa na história da educação deste município e também nas nossas vidas.

Difícil acreditar na sua partida assim, tão precoce. Mas acredito que Deus sabe de todas as coisas e que seu tempo na Terra terminou, por isso partiu. Na sua hora. Espero que a sua partida possa nos fazer aprender um pouco mais sobre os mistérios da vida. Fico eu a pensar: a bariátrica era um desejo de dentro pra fora ou o inverso? Nossos desejos são de fato nossos desejos ou são criações dessa sociedade doente que nos impõe o que comer, o que vestir, o que ouvir, como ser? Como olhamos para quem está a nossa volta? Nós conseguimos enxergar o outro? Como o acolhemos? Nossas ações são guiadas pela inveja, pela fofoca, pela intolerância, pelo cinismo, pela vaidade ou pelo respeito, pela solidariedade? Expressamos nossos sentimentos de forma espontânea ou esperamos que aconteça uma tragédia para dizer a um amigo o quanto ele nos é importante? Não sabemos quando nossa hora vai chegar, por isso, “é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar para pensar, na verdade, não há” (Renato Russo).

Aprendi com Angélica (na vida privada) o quanto era importante demonstrar amizade. Aprendi também a separar amizade da vida profissional. Demonstrar amizade é falar a verdade ao outro mesmo quando não é o que o outro deseja ouvir. É estar junto. É ouvir sem julgar. Ai, aprendi tanta coisa com você, Angeliquinha!
Obrigada por tudo!

Fabíola dos Santos Cerqueira