domingo, 11 de novembro de 2012

À PROCURA DA FELICIDADE

Fabíola dos Santos Cerqueira

No dia 05 de setembro de 2012, na coluna Tribuna Livre, do jornal A Tribuna, escrevi um texto, “Quanto custa não estar na forma?”, abordando questões relativas à anorexia nervosa e ao descaso e desconhecimento da rede pública e privada das políticas públicas de saúde em relação ao tratamento de adolescentes vítimas dessa enfermidade, considerada um dos transtornos mentais com maior índice de mortalidade, segundo as referências médicas consultadas. Mas infelizmente as instituições de saúde não são o único desafio que temos a vencer. O preconceito vem na frente. O sujeito vítima dessa enfermidade é considerado “fresco”, “fraco” e muitos se afastam dos doentes com medo de serem influenciados pelos mesmos.

E isso acontece também na escola. Um lugar em que deixamos nossos filhos e depositamos ali a esperança de que sejam felizes.

“Um lugar onde se faz amigos”, segundo Paulo Freire, como não ser feliz?

E há diversas formas de não ser feliz neste espaço quando se é vítima da anorexia nervosa: quando todos sabem nossa doença e nos tratam com indiferença, com medo de serem influenciados; quando nos isolam; quando fazem chacota com a nossa situação e não entendem quando a tristeza “bate” sem motivos e choro vem a seguir.

Como profissional da educação, insisto que a escola (que não é uma ilha, mas está inserida na sociedade), deve também estar atenta a estas questões, a fim de evitar casos de bullying e de qualquer forma de exclusão (que pode se dar através de um olhar, de uma palavra sem intenção de ferir, por exemplo).

Mas vou ser mais direta. Assim que identificar a vítima, o(os) autor(es) e a plateia, a escola deve agir, reunindo todos e dialogando sobre a questão. Importante envolver as famílias, convidando profissionais de outras áreas para conversar sobre os problemas enfrentados e sobre as possibilidades de resolução dos conflitos.

Quando as crianças e adolescentes não conseguem mediar sozinhos seus conflitos, os adultos devem intervir. Seja na escola, seja na família.

Importante é não minimizar o sofrimento do outro. É não ignorar seu sentimento, pois isso pode agravar o quadro de depressão que acomete, por exemplo, os casos de anorexia de que estamos falando exatamente.

Numa escola assim, onde a palavra de ordem é colocar-se no lugar do outro, é enxergá-lo na sua singularidade, é acolhimento, é diálogo, a procura da felicidade se encerra, pois a mesma será imediatamente reconhecida.

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