sábado, 22 de janeiro de 2011

“Resistir, resistir até a tarifa cair”

Nesta semana, o movimento estudantil foi, mais uma vez, às ruas protestar contra o aumento das tarifas do transporte coletivo na Grande Vitória. “Resistir, resistir até a tarifa cair” e “Se a passagem não baixar, a cidade vai parar” eram as palavras de ordem dos estudantes, que fecharam ruas e dividiram a opinião pública, entre os que apoiavam a manifestação e os que desaprovavam.

Todo ano é a mesma coisa. As negociações em torno do aumento das tarifas se dão durante as férias escolares o que impede que haja uma maior participação dos estudantes. É uma forma de evitar que esse grupo se organize contra os aumentos.
 
 foto: Fábio Vicentini - GZ
Essa luta não é apenas dos estudantes, mas de toda sociedade capixaba. Precisamos estar mais atentos a essa manifestação e a forma como as autoridades tem lidado com ela. Na sexta-feira, 21, a tropa de choque foi às ruas acompanhar a movimentação dos estudantes, o que pode ser interpretado como uma forma de coação. De acordo com o que foi publicado no site www.gazetaonline.com.br, em 21 de janeiro, quando o carro de som dos manifestantes foi posicionado de forma que impedia o acesso à Terceira Ponte, “a tropa de choque foi posicionada e chegou a fazer alguns procedimentos de intimidação - marchando e batendo nos escudos - contra o grupo que protestava, que sem querer o confronto se sentou no alfalto e de braços levantados pediam a queda da tarifa do Sistema Transcol”.

 
“Até quando você vai ficar usando rédea
Rindo da própria tragédia?
Até quando você vai ficar usando rédea
Pobre, rico ou classe média?
Até quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa postura
Até quando você vai ficando mudo?
Muda que o medo é um modo de fazer censura
 


(Gabriel O Pensador)

2 comentários:

  1. Nessa luta o maior confronto não se dá entre estudantes e policiais, mas entre os estudantes e diversos grupos de interesses. De um lado os alunos tentando ganhar a opinião pública, o que poderia ser perda de votos nas próximas eleições e por outro lado empresários pressionando o poder público, que se não ocorrer poderá ser perda de insentivos decampanha ($), o que acarretará na perda de votos...Esse é um dos motivos de não se ter um posicionamento rápido do poder público.

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  2. É verdade, Cristiano. Lamentavelmente essa é a realidade e sinto-me incomodada, pois tenho a sensação de que há pouco a se fazer neste jogo de forças (e interesses)...mas a luta deve continuar!

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